Modos de
Produção
O modo de
produção é a maneira pela qual a sociedade produz seus bens e serviços, como os
utiliza e os distribui. O modo de produção de uma sociedade é formado por suas
forças produtivas e pelas relações de produção existentes nessa sociedade.
Modo de
produção = forças produtivas + relações de produção
Portanto, o
conceito de modo de produção resume claramente o fato das relações de produção
serem o centro organizador de todos os aspectos da sociedade.
Modo de
produção primitivo:
O modo de produção
primitivo designa uma formação econômica e social que abrange um período muito
longo, desde o aparecimento da sociedade humana. A comunidade primitiva existiu
durante centenas de milhares de anos, enquanto o período compreendido pelo
escravismo, pelo feudalismo e pelo capitalismo mal ultrapassa cinco milênios.
Na
comunidade primitiva os homens trabalhavam em conjunto. Os meios de produção e
os frutos do trabalho eram propriedade coletiva, ou seja, de todos. Não existia
ainda a idéia da propriedade privada dos meios de produção, nem havia a
oposição proprietários x não proprietários.
As relações
de produção eram relações de amizade e ajuda entre todos; elas eram baseadas na
propriedade coletiva dos meios de produção, a terra em primeiro lugar.
Também não
existia o estado. Este só passou a existir quando alguns homens começaram a
dominar outros. O estado surgiu como instrumento de organização social e de
dominação.
Modo de
produção escravista:
Na sociedade
escravista os meios de produção (terras e instrumentos de produção) e os
escravos eram propriedade do senhor. O escravo era considerado um instrumento,
um objeto, assim como um animal ou uma ferramenta.
Assim, no
modo de produção escravista, as relações de produção eram relações de domínio e
de sujeição: senhores x escravos. Um pequeno número de senhores explorava a
massa de escravos, que não tinham nenhum direito.
Os senhores
eram proprietários da força de trabalho (os escravos), dos meios de produção
(terras, gado, minas, instrumentos de produção) e do produto de trabalho.
Modo de
produção asiático:
O modo de
produção asiático predominou no Egito, na China, na Índia e também na África do
século passado.
Tomando como
exemplo o Egito, no tempo dos faraós, vamos notar que a parte produtiva da
sociedade era composta pelos escravos, que era forçados, e pelos camponeses,
que também eram forçados a entregar ao Estado o que produziam. A parcela maior
prejudicando cada vez mais o meio de produção asiático.
Fatores que
determinaram o fim do modo de produção asiático:
• A
propriedade de terra pelos nobres;
• O alto
custo de manutenção dos setores improdutivos;
• A rebelião
dos escravos.
Modo de
produção feudal:
A sociedade
feudal era constituída pelos senhores x servos. Os servos não eram escravos de
seus senhores, pois não eram propriedade deles. Eles apenas os serviam em troca
de casa e comida. Trabalhavam um pouco para o seu senhor e outro pouco para eles
mesmos.
Num
determinado momento, as relações feudais começaram a dificultar o
desenvolvimento das forças produtivas. Como a exploração sobre os servos no
campo aumentava, o rendimento da agricultura era cada vez mais baixo. Na
cidade, o crescimento da produtividade dos artesãos era freado pelos
regulamentos existentes e o próprio crescimento das cidades era impedido pela
ordem feudal.Já começava a aparecer às relações capitalistas de produção.
Modo de
produção capitalista:
O que
caracteriza o modo de produção capitalista são as relações assalariadas de
produção (trabalho assalariado). As relações de produção capitalistas
baseiam-se na propriedade privada dos meios de produção pela burguesia, que
substituiu a propriedade feudal, e no trabalho assalariado, que substituiu o
trabalho servil do feudalismo. O capitalismo é movido por lucros, portanto
temos duas classes sociais: a burguesia e os trabalhadores assalariados.
O
capitalismo compreende quatro etapas:
Pré-capitalismo:
o modo de produção feudal ainda predomina, mas já se desenvolvem relações
capitalistas.
Capitalismo
comercial: a maior parte dos lucros concentra-se nas mãos dos comerciantes, que
constituem a camada hegemônica da sociedade; o trabalho assalariado torna-se
mais comum.
Capitalismo
industrial: com a revolução industrial, o capital passa a ser investido
basicamente nas industrias, que se tornam à atividade econômica mais
importante; o trabalho assalariado firma-se definitivamente.
Capitalismo
financeiro: os bancos e outras instituições financeiras passam a controlar as
demais atividades econômicas, através de financiamentos à agricultura, a
industria, à pecuária, e ao comercio.
Modo de
produção socialista:
A base
econômica do socialismo é a propriedade social dos meios de produção, isto é,
os meios de produção são públicos ou coletivos, não existindo empresas
privadas. A finalidade da sociedade socialista é a satisfação completa das
necessidades materiais e culturais da população: emprego, habitação, educação,
saúde. Nela não há separação entre proprietário do capital (patrão) e
proprietários da força do trabalho (empregados). Isto não quer dizer que não
haja diferenças sociais entre as pessoas, bem como salários desiguais em função
de o trabalho ser manual ou intelectual.
Métodos de
Produção
Taylorismo:
Taylorismo
ou Administração científica é o modelo de administração desenvolvido pelo
engenheiro estadunidense Frederick Winslow Taylor (1856-1915), que é
considerado o pai da administração científica.
Taylor
pretendia definir princípios científicos para a administração das empresas.
Tinha por objetivo resolver os problemas que resultam das relações entre os
operários, como conseqüência modifica-se as relações humanas dentro da empresa,
o bom operário não discute as ordens, nem as instruções, faz o que lhe mandam
fazer.
Organização
Racional do Trabalho:
- Análise do
trabalho e estudo dos tempos e movimentos: objetivava a isenção de movimentos
inúteis, para que o operário executasse de forma mais simples e rápida a sua
função, estabelecendo um tempo médio.
-Estudo da
fadiga humana: a fadiga predispõe o trabalhador à diminuição da produtividade e
perda de qualidade, acidentes, doenças e aumento da rotatividade de pessoal.
-Divisão do
trabalho e especialização do operário
-Desenho de
cargos e tarefas: desenhar cargos é especificar o conteúdo de tarefas de uma
função, como executar e as relações com os demais cargos existentes.
-Incentivos
salariais e prêmios por produtividade
-Condições
de trabalho: O conforto do operário e o ambiente físico ganham valor, não
porque as pessoas merecessem, mas porque são essenciais para o ganho de
produtividade
-Padronização:
aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e reduzir os custos
-Supervisão
funcional: os operários são supervisionados por supervisores especializados, e
não por uma autoridade centralizada.
-Homem
econômico: o homem é motivável por recompensas salariais, econômicas e
materiais.
A empresa
era vista como um sistema fechado, isto é, os indivíduos não recebiam
influências externas. O sistema fechado é mecânico, previsível e
determinístico.
Fordismo:
Idealizado
pelo empresário estadunidense Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor
Company, o fordismo se caracteriza por ser um método de produção caracterizado
pela produção em série, sendo um aperfeiçoamento do taylorismo.
Ford
introduziu em suas fábricas as chamadas linhas de montagem, nas quais os
veículos a serem produzidos eram colocados em esteiras rolantes e cada operário
realizava uma etapa da produção, fazendo com que a produção necessitasse de
altos investimentos e grandes instalações. O método de produção fordista
permitiu que Ford produzisse mais de 2 milhões de carros por ano, durante a década
de 1920. O veículo pioneiro de Ford no processo de produção fordista foi o
mítico Ford Modelo T, mais conhecido no Brasil como "Ford Bigode".
O fordismo,
teve seu ápice no período posterior à Segunda Guerra Mundial, nas décadas de
1950 e 1960, que ficaram conhecidas na história do capitalismo como Os Anos
Dourados. A crise sofrida pelos Estados Unidos na década de 1970 foi
considerada uma crise do próprio modelo, que apresentava queda da produtividade
e das margens de lucros. A partir da década de 1980, esboçou-se nos países
industrializados um novo padrão de desenvolvimento denominado pós-fordismo ou
modelo flexível (toyotismo), baseado na tecnologia da informação.
Princípios
fordista:
Intensificação;
Produtividade;
Economicidade.
Toyotismo
O toyotismo
é um modo de organização da produção capitalista que se desenvolveu a partir da
globalização do capitalismo na década de 1980. Surgiu no Japão após a II Guerra
Mundial, mas só a partir da crise capitalista da década de 1970 é que foi
caracterizado como filosofia orgânica da produção industrial (modelo japonês),
adquirindo uma projeção global.
O Japão foi
o berço da automação flexível pois apresentava um cenário diferente do dos
Estados Unidos e da Europa: um pequeno mercado consumidor, capital e
matéria-prima escassos, e grande disponibilidade de mão-de-obra
não-especializada, impossibilitavam a solução taylorista-fordista de produção
em massa. A resposta foi o aumento na produtividade na fabricação de pequenas
quantidades de numerosos modelos de produtos, voltados para o mercado externo,
de modo a gerar divisas tanto para a obtenção de matérias-primas e alimentos,
quanto para importar os equipamentos e bens de capital necessários para a sua
reconstrução pós-guerra e para o desenvolvimento da própria industrialização. O
sistema pode ser teoricamente caracterizado por quatro aspectos:
- Mecanização
flexível, uma dinâmica oposta à rígida automação fordista decorrente da
inexistência de escalas que viabilizassem a rigidez.
- Processo de
multifuncionalização de sua mão-de-obra, uma vez que por se basear na
mecanização flexível e na produção para mercados muito segmentados, a
mão-de-obra não podia ser especializada em funções únicas e restritas como a
fordista. Para atingir esse objetivo os japoneses investiram na educação e
qualificação de seu povo e o toyotismo, em lugar de avançar na tradicional
divisão do trabalho, seguiu também um caminho inverso, incentivando uma atuação
voltada para o enriquecimento do trabalho.
-Implantação
de sistemas de controle de qualidade total, onde através da promoção de
palestras de grandes especialistas norte-americanos, difundiu-se um
aprimoramento do modelo norte-americano, onde, ao se trabalhar com pequenos
lotes e com matérias-primas muito caras, os japoneses de fato buscaram a
qualidade total. Se, no sistema fordista de produção em massa, a qualidade era
assegurada através de controles amostrais em apenas pontos do processo
produtivo, no toyotismo, o controle de qualidade se desenvolve por meio de
todos os trabalhadores em todos os pontos do processo produtivo.
- Sistema just
in time que se caracteriza pela minimização dos estoques necessários à produção
de um extenso leque de produtos, com um planejamento de produção dinâmico. Como
indicado pelo próprio nome, o objetivo final seria produzir um bem no exato
momento em que é demandado.
O Japão
desenvolveu um elevado padrão de qualidade que permitiu a sua inserção nos
lucrativos mercados dos países centrais e, ao buscar a produtividade com a
manutenção da flexibilidade, o toyotismo se complementava naturalmente com a
automação flexível.
A partir de
meados da década de 1970, as empresas toyotistas assumiriam a supremacia
produtiva e econômica, principalmente pela sua sistemática produtiva que
consistia em produzir bens pequenos, que consumissem pouca energia e
matéria-prima, ao contrário do padrão norte-americano. Com o choque do petróleo
e a conseqüente queda no padrão de consumo, os países passaram a demandar uma
série de produtos que não tinham capacidade, e, a princípio, nem interesse em
produzir, o que favoreceu o cenário para as empresas japonesas toyotistas. A
razão para esse fato é que devido à crise, o aumento da produtividade, embora
continuasse importante, perdeu espaço para fatores tais como a qualidade e a
diversidade de produtos para melhor atendimento dos consumidores.
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