A evolução histórica do império persa
O planalto localizado entre o mar Cáspio e o atual golfo Pérsico é
conhecido como planalto iraniano. Por volta de 2000 a.C., povos indo-europeus
(arianos ou iranianos) estabeleceram-se na região. O movimento desses povos
atingiu várias outras regiões, mas foi onde se localiza o atual Irã que os
iranianos construíram um Estado muito forte.
Esse povo tinha duas grandes tribos, os medos e os persas, que formara
dois reinos independentes no planalto iraniano. O reino dos persas, governado
por uma família com o nome de Aquemênida, foi rapidamente dominado pelos medos,
sob liderança do rei Ciaxares (625 a 585 a.C.). Esse soberano organizou um
poderosos exército de pesada infantaria e ágil cavalaria, e derrotou os citas (
povos da região do mar negro), que ameaçava suas fronteiras; em seguida, fez
uma aliança com os neobabilônicos e derrotou os assírios, em 612 a.C.
O sucessor de Ciaxares não tinha as mesmas qualidades de liderança do
rei anterior. Essa foi uma das razões para que Ciro ( da família dos
Aquemênidas ) tomasse o poder em 559 a.C.
A formação do império persa .
Ciro inaugurou o chamado império persa. Com o aumento da população,
houve a necessidade de expansão geográfica, que se iniciou com a dominação da
Lídia; as colônias gregas que existiam na região passaram a fazer parte da área
de influência do império persa. O exército de Ciro começou, então, a marchar
para a Índia, chegando às margens do indo. Em 539 a.C., esse exército tomou a
babilônia, e os povos que se encontravam sob o domínio neobabilônico ficaram
sob a hegemonia da Pérsia. Foi aí que se deu o fim do lendário cativeiro
babilônico dos judeus, pois Ciro permitiu que voltassem a Jerusalém e ajudou-os
na reconstrução do templo, em 538 a.C.
Ciro não proibia as crenças nativas dos povos conquistados. Concedia
alguma autonomia para as classes altas, que governavam as regiões dominadas
pelos persas, mas exigia, em troca, homens para seu exército, alimentos e
metais preciosos. Ciro morreu em 529 a.C.
Cambises, filho e sucessor de Ciro, iniciou uma difícil campanha militar
contra o Egito, em 525 a.C., finalmente vencida pelos persas na batalha de
Pelusa. Nessa época o império persa abrangia o mar Cáspio, o mar Negro, o
Cáucaso, grande parte do Mediterr6aneo oriental, os desertos da África e da
Arábia, o golfo Pérsico e a Índia. Cambises pretendia estender seus domínios
até Cartago, mas não conseguiu levar esse plano adiante por causa da violenta
luta pelo poder.
A luta pelo poder prosseguiu após a morte de Cambises. Dario continuou a
política expansionista de seus antecessores. Sua obra mais notável foi
organizar a administração desse enorme território que se tornara o império
persa. Dividiu o território em províncias, chamadas satrapias, administradas
pelos sátrapas (governadores). Os sátrapas tinha poder absoluto sobre seus
territórios, mas prestavam contas aos fiscais do rei. Havia ainda uma espécie
de primeiro-ministro que auxiliava o rei na administração. Importante é
ressaltar que as principais funções eram monopólio dos persas.
Os povos dominados gozavam de uma autonomia cultural bastante grande,
mas era obrigados a pagar pesados impostos; o Egito e a Mesopotâmia, por
exemplo, forneciam gado, trigo, ouro, prata etc.
Dario criou um sistema de estradas ligando as mais distantes satrapias
ao centro do império; essas estradas tinham postos de reabastecimento e tropa
de cavalos. Introduziu a moeda ( darico), facilitando o comércio. Toda essa
organização contribuiu para a centralização do poder, que era reforçada pela
crença de que o imperador recebia o direito de governar das mãos dos deuses.
A riqueza para sustentar esse enorme império era fornecida por
camponeses livres, que viviam em comunidades e pagavam impostos ao imperador.
Havia também o trabalho escravo, mas a maioria dos trabalhadores não pertencia
a essa categoria.
A decadência do império.
A tomada do estreito de Bósforo e Darnelos no mar Negro pelas forças
persas prejudicou o intenso comércio grego na região. O clima de tensão entra
várias cidades Gregas e o império persa transformou-se em longa guerra. Em 490
a.C., Dario tentou invadir a Grécia, mas foi derrotado pelos gregos na batalha
de maratona. Dario morrei e o poder passou às mãos de seu filho Xerxes, que
continuo a luta contra a Grécia, sendo derrotado em 480 e 479 a.C., nas
batalhas de Salamina e Platéia.
Após sucessivas derrotas, os persas foram obrigados a se retirar e
reconhecer a hegemonia grega no Mar Egeu e na Ásia menor ( Lídia). Com o
enfraquecimento do império, várias satrapias se revoltaram contra o domínio
persa. Internamente a luta pelo poder tornou-se mais violenta. Entretanto,
durante a guerra do Peloponeso (entre Atenas e Esparta) os persas tomaram
novamente a Ásia Menor.
Com o assassinato de Dario III, um dos últimos sucessores do império,
Alexandre Magno dominou toda a Pérsia e suas satrapias e anexou-as ao império greco-macedônico.
Cultura e Religião
Pelo fator de Ter dominado diferentes civilizações, os persas mais
sofreram influências dos dominados do que os influenciaram. Seus palácios e
monumentos lembram, quase sempre, as obras dos assírios e babilônicos. Sua
escrita era derivada da cuneiforme mesopotâmica. Executaram grandes obras da
engenharia, como o canal que ligava o mar vermelho ao Mediterrâneo (atual
Suez).
Foi na religião, entretanto que os persas demonstraram certa
originalidade. Primitivamente adoravam o Sol, a Lua e a Terra; até que
Zoroastro ( ou Zaratustra) reorganizou a religião, sofisticando-a. O deus maior
era Ormuz, deus do bem, que se opunha a Arimã, deus do mal. A luta entre o bem
e o mal era a essência da religião de Zoroastro, que ficou conhecida como
masdeísmo, fusão entre as crenças populares e os ensinamentos de Zoroastro.
Essa religião baseava-se na sinceridade entre as pessoas e foi transcrita no
livro sagrado Avesta. O imperador era quase um deus, pois, segundo a crença,
governava por ordem de deus.
Durante a Antigüidade, a região da Mesopotâmia foi marcada por um grande
número de conflitos. Entre essas guerras destacamos a dominação dos persas
sobre o Império Babilônico, em 539 a.C.. Sob a liderança do rei Ciro, os
exércitos persas empreenderam a formação de um grande Estado centralizado que
dominou toda a região mesopotâmica. Depois de unificar a população, os persas
inicialmente ampliaram as fronteiras em direção à Lídia e às cidades gregas da
Ásia menor.
A estabilidade das conquistas de Ciro foi possível mediante uma política
de respeito aos costumes das populações conquistadas. Cambises, filho e
sucessor de Ciro, deu continuidade ao processo de ampliação dos territórios
persas. Em 525 a.C., conquistou o Egito – na Batalha de Peleusa – e anexou os
territórios da Líbia. A prematura morte de Cambises, no ano de 522 a.C., deixou
o trono persa sem nenhum herdeiro direto.
Depois de ser realizada uma reunião entre os principais chefes das
grandes famílias persas, Dario I foi eleito o novo imperador persa. Em seu
governo foram observadas diversas reformas políticas que fortaleceram a
autoridade do imperador. Aproveitando da forte cultura militarista do povo
persa, Dario I ampliou ainda mais os limites de seu reino ao conquistar as
planícies do rio Indo e a Trácia. Essa seqüência de conquistas militares só foi
interrompida em 490 a.C., quando os gregos venceram a Batalha de Maratona.
A grande extensão dos domínios persas era um grande entrave para a
administração imperial. Dessa forma, o rei Dario I promoveu um processo de
descentralização administrativa ao dividir os territórios em unidades menores
chamadas de satrapias. Em cada uma delas um sátrapa (uma espécie de governante
local) era responsável pela arrecadação de impostos e o desenvolvimento das
atividades econômicas. Para fiscalizar os sátrapas o rei contava com o apoio de
funcionários públicos que serviam como “olhos e ouvidos” do rei.
Além de contar com essas medidas de cunho político, o Império Persa
garantiu sua hegemonia por meio da construção de diversas estradas. Ao mesmo
tempo em que a rede de estradas garantia um melhor deslocamento aos exércitos,
também servia de apoio no desenvolvimento das atividades comerciais. As trocas
comerciais, a partir do governo de Dario I, passou por um breve período de
monetarização com a criação de uma nova moeda, o dárico.
A religião persa, no início, era caracterizada pelo seu caráter
eminentemente politeísta. No entanto, entre os séculos VII e VI a.C., o profeta
Zoroastro empreendeu uma nova concepção religiosa entre os persas. O pensamento
religioso de Zoroastro negava as percepções ritualísticas encontradas nas
demais crenças dos povos mesopotâmicos. Ao invés disso, acreditava que o
posicionamento religioso do indivíduo consistia na escolha entre o bem e o mal.
Esse caráter dualista do zoroastrismo pode ser melhor compreendido no
Zend Vesta, o livro sagrado dos seguidores de Zoroastro. Segunda essa obra,
Ahura-Mazda era a divindade representativa do bem e da sabedoria. Além dele,
havia o deus Arimã, representando o poder das trevas. Sem contar com um grande
número de seguidores, o zoroastrismo ainda sobrevive em algumas regiões do Irã
e da Índia.
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