segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A Morte de Hitler

Em recente exposição organizada em Moscou, as autoridades russas expuseram uma parte superior do que se supõe ser o crânio de Adolf Hitler, ditador da Alemanha entre 1933 e 1945, que se suicidou no dia 30 de abril de 1945. Leia sobre os últimos dias que antecederam a sua morte.

"Se não chegarmos a triunfar não nos restaria senão, ao soçobrarmos, arrastar conosco metade do mundo neste desastre". - Hitler a H.Rauschning, "Gesprache".

O ambiente no bunker era tenso, sufocante. Faziam mais de cem dias, entre entradas e saídas, que um pequeno grupo de funcionários, oficiais e oligarcas nazistas, estavam lá entocados como lobos acuados ao redor de Adolf Hitler. Construída nos jardins da Chancelaria do Reich, em Berlim, a casamata tinha a função de protegê-los dos ataques aéreos aliados que devastavam a capital da Alemanha. Acentuando ainda mais a situação troglodita e claustofóbica em que viviam, chegou-lhes a notícia que o Exército Vermelho estava às portas. No dia 18 de abril de 1945, um colossal vagalhão blindado de tanques, canhões e aviões, esparramou dois milhões e meios de soldados russos para as cercanias da cidade. Mais de um milhão deles combateram uma espetacular batalha de ruas, contra as derradeiras forças da resistência alemã. Ao preço de 300 mil baixas, os soviéticos penetraram-na por todos os lados.

A última aparição de Hitler
Hitler ainda recebeu alguns convidados mais próximos para seu aniversário em 20 de abril. Há uma foto dele na ocasião. Com a gola do capote levantada, ele cumprimenta, do lado de fora da Chancelaria do Reich destruída, alguns jovens garotos da juventude nazista que haviam se destacado na defesa desesperada da cidade. O Führer estava uma ruína humana. Os últimos acontecimentos haviam-lhe retirado a seiva. Sua tez acinzentou-se, o rosto encovou-se e os olhos adquiriram uma opacidade de semimorto. Para consolá-lo e sacudi-lo da letargia depressiva em que se encontrava, Joseph Gobbels, seu Ministro da Propaganda, lia-lhe diariamente trechos da "História de Frederico o Grande", de Carlyle, especialmente a passagem onde é narrada a milagrosa salvação daquele capitão-de-guerra prussiano na Guerra dos Sete Anos (1756-63), que escapou do destino dos derrotados devido a um desacerto ocorrido entre seus inimigos.
A determinação de ficar ali e travar a batalha final foi tomada numa reunião no dia 22. Inspirando-se na tradição nórdica do herói que morre solitariamente num último combate, ou no sepultamento do guerreiro viquingue incinerado no seu barco de comando, Hitler comunicou a todos a intenção de comandar pessoalmente as operações. Recebeu, porém, telefonemas de alguns seguidores e de outros generais que instaram para que se retirasse enquanto havia tempo. O Führer manteve-se intransigente. Ninguém o arrastaria para fora da liça.

O atentado de 20 de julho e o desencanto
Uma das razões, mais remotas, da aparência cinzenta e desencantada de Hitler, resultou do choque que ele teve, nove meses antes, do atentado cometido contra a sua vida. Naquela ocasião, no dia 20 de julho de 1944, um grupo de conspiradores, quase todos altos membros da hierarquia militar e integrantes da nobreza alemã, conseguiram fazer com que o coronel do estado maior Claus Schenk von Stauffenberg, colocasse uma bomba no quartel-general do Alto Comando. O artefato explodiu na sala de reuniões onde Hitler estava presente, mas apenas provocou pequenas escoriações nele. Refeito do susto, o ditador ordenou uma caçada em massa contra todos os envolvidos, que terminaram executados depois de serem sumariamente condenados à morte num Tribunal Popular. O outro motivo que levou Hitler a desejar suicidar-se, e em seguida ser incinerado, decorreu da notícia que ele recebeu do destino infausto do ditador fascista Benito Mussolini. O Duce fora capturado em Dongo, no norte da Itália, por partisans comunistas, e seu corpo foi exposto, pendurado de cabeça para baixo num posto de gasolina em Milão, junto ao da sua amante Claretta Petacci, em 28 de abril de 1945. Hitler temia que seu cadáver fosse profanado ou levado como troféu de guerra para a URSS.

O casamento e uma traição
Poucos dias depois de ter tomado a decisão definitiva, resolveu formalizar sua união com Eva Braun, encomendando um casamento de emergência dentro do abrigo. O casal decidira por fim à vida juntos. Hitler tinha-se mantido solteiro, até então, em nome da mística que sua solitária figura messiânica exercia sobre o povo alemão. O salvador não poderia ser um homem comum, com esposa e filhos, envolvido pela contabilidade doméstica, e na rotina matrimonial burguesa.
Teve ainda um espumante ataque de fúria quando soube (ele, mesmo nos estertores, ainda era informado de tudo), que Heinrich Himmler, o Reichsführer SS, havia, às suas costas, à socapa, contatado com o legatário sueco, o conde Bernadotte, para negociar uma paz em separado com os exércitos ocidentais, que avançavam Alemanha a dentro vindos do Rio Reno. Numa das suas derradeiras ordens, determinou a expulsão sumaria dele do Partido Nazista, exonerando-o de todos os cargos de chefia. Mas aquela altura de nada adiantava.

O momento final
No dia 29 de abril, deu-se a reunião final. O General Weidling, governador militar de Berlim, e comandante da LVI Panzer Corps, ainda aventou a possibilidade de uma escapada pelas linhas soviéticas, mas Hitler o dissuadiu. Não tinham nem tropas, nem equipamento, nem munições, para qualquer tipo de operação. Era ficar e morrer!
O Führer então despediu-se formalmente das pessoas mais próximas que ainda o seguiam até aquele momento. Pressentindo o suicídio, os que estavam no bunker reagiram de uma maneira inesperada. Muitos, após colocarem discos na vitrola, puseram-se a dançar e alegremente, confraternizaram com os demais, como se um esmagador peso, repentinamente, tivesse sido removido de cima deles. O fascínio de feiticeiro que Hitler exercera sobre eles cessara como que por encanto.
Depois do almoço, no dia 30 de abril, trancou-se com Eva Braun nos seus aposentos. Ouviu-se apenas um tiro. Quando lá penetraram encontraram-no com a cabeça estraçalhada à bala e com a pistola caída no colo. Em frente a ele, em languidez de morta, estava Eva Braun, sem nenhum ferimento visível. Ela ingerira cianureto, um poderosíssimo veneno. Eram 15:30 horas! Rapidamente os dois corpos, envolvidos num encerado, foram removidos para o pátio e, com o auxilio de 180 litros de gasolina que os embeberam, formaram, incendiados, uma vigorosa pira. Ao redor deles, uma silenciosa saudação fascista prestou-lhes a homenagem derradeira.

Berlim, o mausoléu de Hitler
Lá fora, a capital do IIIº Reich também ardia num colossal braseiro. Monumentos, prédios públicos, palácios, edifícios, casas, praças e avenidas, pareciam um entulho só. Os sobreviventes, apavorados com o terrível rugido dos canhões e das bombas, que lhes soavam como se fosse o acorde final do "Gotterdammerung", o wagneriano "Crepúsculo dos Deuses", acreditavam que a hora do apocalipse chegara. Berlim, com 250 mil prédios destruídos, virara um cemitério lunar. A grande cidade, transformada em ruínas, assemelhava-se a um fantástico mausoléu erguido pela barragem de fogo aliada para sepultar uma das monstruosidades do século. Hitler suicidara-se aos 56 anos, e o seu regime, que segundo seus propagandistas mais pretensiosos deveria ser o Reich de Mil Anos, naufragou com ele doze anos depois dele ter assumido a Chancelaria da república alemã, em janeiro de 1933.

Fonte: http://educaterra.terra.com.br/voltaire/index_artigos.htm

Auschwitz foi demais!

"Desde muitos anos os anti-semitas do mundo inteiro nos vêm advertindo que o judaico projeta a destruição da humanidade. Pelo momento e enquanto espera essa misteriosa operação, o anti-semitismo se dedica a operação inversa, a única que se tem notícia efetiva. Em seis anos aniquilou-se mais da terceira parte da população judaica do mundo." - Ernesto Sábato - “Apologías y Rechazos”, 1990.

Quando as tropas do 60º Exército de Infantaria soviético comandadas pelo cel-general P. Kúrochkin, adentraram no campo de Auschwitz em Oswiecim na Polônia no dia 27 de janeiro de 1945, o mundo finalmente entendeu a que dimensões podia chegar a palavra horror. Não que a descoberta de campos de extermínio fosse uma novidade. Afinal, na ofensiva de verão de 1944, os soviéticos já havia se deparado com Maidaneck, perto de Lublin, espantando-se com o que encontraram. Espectros humanos vagam ali como sobreviventes, gente com pele sobre os ossos que mal esboçava sequer um agradecimento pela libertação. Nas trincheiras, ainda insepultos, empilhavam-se cadáveres esquálidos, enquanto que pelos pátios e galpões, pilhas de roupas, de malas, de cabelos e de óculos, serviam como testemunhos silenciosos daqueles que foram apresentados ao reino do inferno.

Mas a descoberta de Auschwitz, de fato, superou tudo o que haviam visto antes. Mesmo depois que os americanos, vindos pelo ocidente, chegaram a Buchnwald, Belsen ou Dachau, constatou-se que campo de Auschwitz superava tudo em matéria de horror. Assemelhava-se a uma bocarra de um vulcão assassino, construída pela mão do homem. Lá, mais de um milhão e meio de pessoas haviam perecido, sendo que a grande parte deles gaseados e incinerados em fornalhas que, segundo os testemunhos, não pararam nunca de funcionar.

Mesmo para o povo judeu que tinha em seu passado um assombroso histórico de martírios, de banimentos, de expulsões, de escravizações, de rebeliões sufocadas a ferro e a fogo, Auschwitz foi demais. Nenhuma malignidade anterior, por mais pervertida e perversa que fosse, poderia ter projetado aquilo. Mesmo entre os judeus, com seus profetas, seus messias, seus iluminados, nenhum dos seus reis, nenhum dos seus afamados rabinos, nenhum dos seus ficcionistas pôde prever a possibilidade de existir, algum dia, um campo como o de Auschwitz.

Nenhum dos inimigos históricos do povo judeu, como o orgulhoso e insano rei Nabucodonosor, como Antigono Epifanes, como o general Tito, como o Imperador Adriano ou o inquisidor Torquemada foram capazes sequer de esboçar algo tão terrífico como Auschwitz. Para os que acreditavam na inevitabilidade do progresso, no constante aperfeiçoamento ético dos seres humanos, na intrínseca bondade natural de todos nós, Auschwitz surge como a grande esfínge do século XX. Mostrou, entre tantas outras coisas, que apesar dos avanços espetaculares da nossa civilização, ela não estava livre de regressões tão primitivas, capazes de envergonhar inclusive quaisquer dos chefes bárbaros do passado.
Fonte: http://educaterra.terra.com.br/voltaire/artigos/auschwitz.htm

Palavra Cruzada - Antiguidade



Criação: Prof Breno Azevedo

Palavra Cruzada - Revolução Russa



Criação: Prof Breno Azevedo

domingo, 18 de setembro de 2011

Modos de Produção

Modos de Produção

O modo de produção é a maneira pela qual a sociedade produz seus bens e serviços, como os utiliza e os distribui. O modo de produção de uma sociedade é formado por suas forças produtivas e pelas relações de produção existentes nessa sociedade.

Modo de produção = forças produtivas + relações de produção

Portanto, o conceito de modo de produção resume claramente o fato das relações de produção serem o centro organizador de todos os aspectos da sociedade.

Modo de produção primitivo:
O modo de produção primitivo designa uma formação econômica e social que abrange um período muito longo, desde o aparecimento da sociedade humana. A comunidade primitiva existiu durante centenas de milhares de anos, enquanto o período compreendido pelo escravismo, pelo feudalismo e pelo capitalismo mal ultrapassa cinco milênios.
Na comunidade primitiva os homens trabalhavam em conjunto. Os meios de produção e os frutos do trabalho eram propriedade coletiva, ou seja, de todos. Não existia ainda a idéia da propriedade privada dos meios de produção, nem havia a oposição proprietários x não proprietários.
As relações de produção eram relações de amizade e ajuda entre todos; elas eram baseadas na propriedade coletiva dos meios de produção, a terra em primeiro lugar.
Também não existia o estado. Este só passou a existir quando alguns homens começaram a dominar outros. O estado surgiu como instrumento de organização social e de dominação.

Modo de produção escravista:
Na sociedade escravista os meios de produção (terras e instrumentos de produção) e os escravos eram propriedade do senhor. O escravo era considerado um instrumento, um objeto, assim como um animal ou uma ferramenta.
Assim, no modo de produção escravista, as relações de produção eram relações de domínio e de sujeição: senhores x escravos. Um pequeno número de senhores explorava a massa de escravos, que não tinham nenhum direito.
Os senhores eram proprietários da força de trabalho (os escravos), dos meios de produção (terras, gado, minas, instrumentos de produção) e do produto de trabalho.

Modo de produção asiático:
O modo de produção asiático predominou no Egito, na China, na Índia e também na África do século passado.
Tomando como exemplo o Egito, no tempo dos faraós, vamos notar que a parte produtiva da sociedade era composta pelos escravos, que era forçados, e pelos camponeses, que também eram forçados a entregar ao Estado o que produziam. A parcela maior prejudicando cada vez mais o meio de produção asiático.
Fatores que determinaram o fim do modo de produção asiático:
• A propriedade de terra pelos nobres;
• O alto custo de manutenção dos setores improdutivos;
• A rebelião dos escravos.

Modo de produção feudal:
A sociedade feudal era constituída pelos senhores x servos. Os servos não eram escravos de seus senhores, pois não eram propriedade deles. Eles apenas os serviam em troca de casa e comida. Trabalhavam um pouco para o seu senhor e outro pouco para eles mesmos.
Num determinado momento, as relações feudais começaram a dificultar o desenvolvimento das forças produtivas. Como a exploração sobre os servos no campo aumentava, o rendimento da agricultura era cada vez mais baixo. Na cidade, o crescimento da produtividade dos artesãos era freado pelos regulamentos existentes e o próprio crescimento das cidades era impedido pela ordem feudal.Já começava a aparecer às relações capitalistas de produção.

Modo de produção capitalista:
O que caracteriza o modo de produção capitalista são as relações assalariadas de produção (trabalho assalariado). As relações de produção capitalistas baseiam-se na propriedade privada dos meios de produção pela burguesia, que substituiu a propriedade feudal, e no trabalho assalariado, que substituiu o trabalho servil do feudalismo. O capitalismo é movido por lucros, portanto temos duas classes sociais: a burguesia e os trabalhadores assalariados.
O capitalismo compreende quatro etapas:
Pré-capitalismo: o modo de produção feudal ainda predomina, mas já se desenvolvem relações capitalistas.

Capitalismo comercial: a maior parte dos lucros concentra-se nas mãos dos comerciantes, que constituem a camada hegemônica da sociedade; o trabalho assalariado torna-se mais comum.

Capitalismo industrial: com a revolução industrial, o capital passa a ser investido basicamente nas industrias, que se tornam à atividade econômica mais importante; o trabalho assalariado firma-se definitivamente.

Capitalismo financeiro: os bancos e outras instituições financeiras passam a controlar as demais atividades econômicas, através de financiamentos à agricultura, a industria, à pecuária, e ao comercio.

Modo de produção socialista:
A base econômica do socialismo é a propriedade social dos meios de produção, isto é, os meios de produção são públicos ou coletivos, não existindo empresas privadas. A finalidade da sociedade socialista é a satisfação completa das necessidades materiais e culturais da população: emprego, habitação, educação, saúde. Nela não há separação entre proprietário do capital (patrão) e proprietários da força do trabalho (empregados). Isto não quer dizer que não haja diferenças sociais entre as pessoas, bem como salários desiguais em função de o trabalho ser manual ou intelectual.


Métodos de Produção

Taylorismo:
Taylorismo ou Administração científica é o modelo de administração desenvolvido pelo engenheiro estadunidense Frederick Winslow Taylor (1856-1915), que é considerado o pai da administração científica.
Taylor pretendia definir princípios científicos para a administração das empresas. Tinha por objetivo resolver os problemas que resultam das relações entre os operários, como conseqüência modifica-se as relações humanas dentro da empresa, o bom operário não discute as ordens, nem as instruções, faz o que lhe mandam fazer.


Organização Racional do Trabalho:
- Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos: objetivava a isenção de movimentos inúteis, para que o operário executasse de forma mais simples e rápida a sua função, estabelecendo um tempo médio.
-Estudo da fadiga humana: a fadiga predispõe o trabalhador à diminuição da produtividade e perda de qualidade, acidentes, doenças e aumento da rotatividade de pessoal.
-Divisão do trabalho e especialização do operário
-Desenho de cargos e tarefas: desenhar cargos é especificar o conteúdo de tarefas de uma função, como executar e as relações com os demais cargos existentes.
-Incentivos salariais e prêmios por produtividade
-Condições de trabalho: O conforto do operário e o ambiente físico ganham valor, não porque as pessoas merecessem, mas porque são essenciais para o ganho de produtividade
-Padronização: aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e reduzir os custos
-Supervisão funcional: os operários são supervisionados por supervisores especializados, e não por uma autoridade centralizada.
-Homem econômico: o homem é motivável por recompensas salariais, econômicas e materiais.

A empresa era vista como um sistema fechado, isto é, os indivíduos não recebiam influências externas. O sistema fechado é mecânico, previsível e determinístico.


Fordismo:
Idealizado pelo empresário estadunidense Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor Company, o fordismo se caracteriza por ser um método de produção caracterizado pela produção em série, sendo um aperfeiçoamento do taylorismo.
Ford introduziu em suas fábricas as chamadas linhas de montagem, nas quais os veículos a serem produzidos eram colocados em esteiras rolantes e cada operário realizava uma etapa da produção, fazendo com que a produção necessitasse de altos investimentos e grandes instalações. O método de produção fordista permitiu que Ford produzisse mais de 2 milhões de carros por ano, durante a década de 1920. O veículo pioneiro de Ford no processo de produção fordista foi o mítico Ford Modelo T, mais conhecido no Brasil como "Ford Bigode".
O fordismo, teve seu ápice no período posterior à Segunda Guerra Mundial, nas décadas de 1950 e 1960, que ficaram conhecidas na história do capitalismo como Os Anos Dourados. A crise sofrida pelos Estados Unidos na década de 1970 foi considerada uma crise do próprio modelo, que apresentava queda da produtividade e das margens de lucros. A partir da década de 1980, esboçou-se nos países industrializados um novo padrão de desenvolvimento denominado pós-fordismo ou modelo flexível (toyotismo), baseado na tecnologia da informação.

Princípios fordista:

Intensificação;

Produtividade;

Economicidade.


Toyotismo
O toyotismo é um modo de organização da produção capitalista que se desenvolveu a partir da globalização do capitalismo na década de 1980. Surgiu no Japão após a II Guerra Mundial, mas só a partir da crise capitalista da década de 1970 é que foi caracterizado como filosofia orgânica da produção industrial (modelo japonês), adquirindo uma projeção global.
O Japão foi o berço da automação flexível pois apresentava um cenário diferente do dos Estados Unidos e da Europa: um pequeno mercado consumidor, capital e matéria-prima escassos, e grande disponibilidade de mão-de-obra não-especializada, impossibilitavam a solução taylorista-fordista de produção em massa. A resposta foi o aumento na produtividade na fabricação de pequenas quantidades de numerosos modelos de produtos, voltados para o mercado externo, de modo a gerar divisas tanto para a obtenção de matérias-primas e alimentos, quanto para importar os equipamentos e bens de capital necessários para a sua reconstrução pós-guerra e para o desenvolvimento da própria industrialização. O sistema pode ser teoricamente caracterizado por quatro aspectos:

- Mecanização flexível, uma dinâmica oposta à rígida automação fordista decorrente da inexistência de escalas que viabilizassem a rigidez.

- Processo de multifuncionalização de sua mão-de-obra, uma vez que por se basear na mecanização flexível e na produção para mercados muito segmentados, a mão-de-obra não podia ser especializada em funções únicas e restritas como a fordista. Para atingir esse objetivo os japoneses investiram na educação e qualificação de seu povo e o toyotismo, em lugar de avançar na tradicional divisão do trabalho, seguiu também um caminho inverso, incentivando uma atuação voltada para o enriquecimento do trabalho.

-Implantação de sistemas de controle de qualidade total, onde através da promoção de palestras de grandes especialistas norte-americanos, difundiu-se um aprimoramento do modelo norte-americano, onde, ao se trabalhar com pequenos lotes e com matérias-primas muito caras, os japoneses de fato buscaram a qualidade total. Se, no sistema fordista de produção em massa, a qualidade era assegurada através de controles amostrais em apenas pontos do processo produtivo, no toyotismo, o controle de qualidade se desenvolve por meio de todos os trabalhadores em todos os pontos do processo produtivo.

- Sistema just in time que se caracteriza pela minimização dos estoques necessários à produção de um extenso leque de produtos, com um planejamento de produção dinâmico. Como indicado pelo próprio nome, o objetivo final seria produzir um bem no exato momento em que é demandado.

O Japão desenvolveu um elevado padrão de qualidade que permitiu a sua inserção nos lucrativos mercados dos países centrais e, ao buscar a produtividade com a manutenção da flexibilidade, o toyotismo se complementava naturalmente com a automação flexível.
A partir de meados da década de 1970, as empresas toyotistas assumiriam a supremacia produtiva e econômica, principalmente pela sua sistemática produtiva que consistia em produzir bens pequenos, que consumissem pouca energia e matéria-prima, ao contrário do padrão norte-americano. Com o choque do petróleo e a conseqüente queda no padrão de consumo, os países passaram a demandar uma série de produtos que não tinham capacidade, e, a princípio, nem interesse em produzir, o que favoreceu o cenário para as empresas japonesas toyotistas. A razão para esse fato é que devido à crise, o aumento da produtividade, embora continuasse importante, perdeu espaço para fatores tais como a qualidade e a diversidade de produtos para melhor atendimento dos consumidores.

Segundo Reinado

SEGUNDO REINADO (1840 -1889)
 
Desde o início do Segundo Reinado até a proclamação da República, dois partidos políticos disputavam o poder e nele se revezavam. Eram o Partido Liberal e o Partido Conservador. Os programas e objetivos dos liberais e conservadores assemelhavam-se bastante, pois, na realidade os dois partidos não representavam interesses de diferentes classes sociais, mas de setores distintos de um mesmo grupo social – a elite econômica da nação.
Durante os 49 anos de governo de Dom Pedro II, o país conheceu uma razoável estabilidade política interna e um desenvolvimento social e econômico considerável, principalmente a partir de 1850, com a produção cafeeira e o surgimento das primeiras indústrias.
             A segunda metade do século XIX é marcada por transformações econômicas, sociais e políticas que ocorreram em função da lavoura cafeeira. Ao tornar-se o principal produto da economia brasileira, o café provocou mudanças decisivas que permitiram, inclusive, a utilização do trabalho livre no Brasil.


Economia do 2º Reinado
CAFEICULTURA
 O café constituiu-se no grande elemento estabilizador da economia e das finanças brasileiras durante o 2º reinado.
Introduzido no Brasil em meados do século XVIII, na região de Belém do Pará, chegava no mesmo século ao Rio de Janeiro, mais como ornamentação do que com objetivos econômicos. No entanto, começava nessa época a implantar-se o hábito do consumo de café na Europa e nas Américas.          
A primeira grande região produtora de café foi o Vale do Paraíba. Os cafeicultores da região implantaram uma estrutura muito parecida com a dos engenhos: escravidão e auto-suficiência. Sua produtividade não era muito elevada e não havia preocupação com as técnicas de plantio. A partir de 1850, com a aprovação da Lei de Terras, os terrenos só podiam ser adquiridos pela compra e não mais por incorporação pura e simples.
Até 1880 a região do Vale do Paraíba foi a maior produtora de café do país. Porém, o conservadorismo dos fazendeiros da região e as técnicas rudimentares determinaram o esgotamento do solo e a queda da produção.
Na segunda metade do século XIX o café tomou a direção de São Paulo, atingindo a região de Campinas e chegando a Ribeirão Preto. Iniciava-se a produção do Oeste Paulista. Como a expansão da cafeicultura na região deu-se após a abolição do tráfico de escravos pela Lei Euzébio de Queiróz (1850), os fazendeiros lançaram mão do trabalho de imigrantes.
De um modo geral, os fazendeiros do oeste paulista apresentavam uma visão mais dinâmica de seus negócios. Suas práticas agrícolas eram  mais modernas: utilizavam o arado e máquinas de beneficiamento de café. Muitos investiram em outros setores, diversificando suas atividades.
Aos poucos, então, a cafeicultura foi introduzindo modificações na estrutura do país, como a modernização de portos, a melhoria do sistema de transportes com a introdução de ferrovias, a expansão do sistema bancário e a substituição do trabalho escravo pelo assalariado.

A Aboliçã
No início do século XIX, com o desenvolvimento da Revolução industrial na Europa e a conseqüente necessidade de aumento de mercados consumidores, ao lado das revoluções sociais que defendiam os princípios de igualdade entre os homens, a escravidão passou a ser duramente atacada.
Os ingleses vinham exercendo forte pressão sobre o Brasil para que fosse abolido o tráfico de escravos, principal elemento de reposição de mão-de-obra escrava no país.
Em 1810, a Inglaterra exigiu de Portugal a abolição do tráfico. Em 1827, quando do reconhecimento da independência, novamente a Inglaterra exigiu essa medida. Em 1831, foi aprovada uma lei extinguindo a tráfico de escravos para o Brasil, porém, o contrabando era intenso, e a lei ficou sem efeito.
Em 1845, o parlamento inglês aprovou o Bill Aberdeen, uma lei que autorizava o aprisionamento de navios negreiros em qualquer parte do oceano. A pressão inglesa determinou que em 1850 fosse aprovada no Brasil a Lei Euzébio de Queiróz, que estabeleceu a suspensão em definitivo do tráfico escravo para o Brasil.
A aprovação dessa lei e a Guerra do Paraguai contribuíram decisivamente para que se iniciasse o movimento abolicionista. Inicialmente a luta pela abolição era feita por clubes que promoviam debates, manifestações e arrecadações de fundos para a compra de alforrias.
No entanto, para que a abolição acontecesse seria fundamental a aprovação de leis, o que era dificultado pela composição do Legislativo brasileiro: a aristocracia rural, proprietária de escravos. A pressão da sociedade sobre os deputados era grande, mas esbarrava num empecilho: o escravo era um “bem adquirido” pelo proprietário, então, deveria ser acompanhada de uma indenização ao seu antigo proprietário.
Depois de uma intensa campanha popular, foi aprovada a Lei do Ventre Livre (1871), ou Lei Visconde do Rio Branco. Por esta lei determinava-se a libertação dos escravos nascidos a partir de então mediante indenização ao fazendeiro ou, se este preferisse, mediante a permanência do negro trabalhando na fazenda até completar 21 anos de idade. Percebe-se claramente o caráter dúbio da lei; “liberta o escravo, mas este continua com o senhor”.
A partir de 1880 o movimento intensificou-se com a ampla participação da sociedade. Alguns grupos abolicionistas radicalizaram, atacando fazendas e libertando os escravos, como os Caifazes de São Paulo.
Em 1885 foi aprovada a Lei do Sexagenário ou Lei Saraiva-Cotegipe, que determinava a libertação do escravo com idade superior a 65 anos. A aprovação da lei ainda que não representasse muita coisa, tendo um caráter apenas protelatório, provocou a ruptura dos fazendeiros paulistas – que aprovaram a projeto - com a aristocracia tradicional, contrária à lei.
A escravidão estava desgastada e sua abolição definitiva estava por acontecer. A 13 de maio de 1888 foi assinada a Lei Áurea pela princesa Isabel, estabelecendo fim da escravidão no Brasil.
O grande problema da abolição no Brasil é que houve muita preocupação em indenizar os fazendeiros e nenhuma com a situação do negro após a abolição. O resultado foi o fim da escravidão, mas a continuidade da discriminação econômica e social do negros.

Imigração
Na segunda metade do século XIX as condições eram favoráveis à imigração para países como o Brasil. A revolução industrial provocara a urbanização e o êxodo rural, fazendo com que muitos antigos agricultores europeus perdessem suas terras, mudando-se para a cidade. Com o desemprego ameaçando suas famílias, muitos preferiam tentar a sorte em outras terras além mar. Também as guerras e as revoluções do século XIX eram um estímulo à vinda para  a América.
Desde a vinda da Família Real para o Brasil chegavam imigrantes que se espalhavam em colônias pelo interior, sem influir decisivamente na economia do país.
Porém, a expansão cafeeira e a Lei Euzébio de Queiróz determinaram novo afluxo de imigração para o país. O pioneiro dessa nova fase foi o fazendeiro paulista Senador Nicolau de Campo Vergueiro. Nessa primeira fase da imigração em larga escala, adotou-se o sistema de parceria. O imigrante ficava com a parte da produção, sem direito a salários. O sistema mostro-se ineficaz, pois muitos imigrantes mal conseguiam saldar suas dívidas ( viagem, empório, remédios) com o fazendeiro. Além disso, muitos imigrantes eram colocados em fazendas como escravos e submetidos a maus tratos e castigos. O número de imigrantes que abandonavam o país era muito grande. Alguns países como a Itália e a Alemanha suspenderam a emigração para o Brasil.
Com a intervenção do Estado Brasileiro, iniciou-se a segunda fase da imigração. O Estado comprometia-se a pagar a viagem e os imigrantes deveriam receber salários. Assim era introduzido o trabalho assalariado. Além disso, o governo promoveu uma ocupação de terrenos devolutos na região sul, através da doação para imigrantes.

Industrialização
Desde o período colonial houveram muitas dificuldades para a implantação de indústrias no Brasil. Inicialmente havia o pacto colonial, que fazia da colônia mera consumidora de artigos metropolitanos. Com o fim do pacto colonial e a conseqüente abertura dos portos, tornava-se muito difícil o estabelecimento de indústrias nacionais diante da concorrência dos produtos ingleses.
Com a proclamação da independência, a Inglaterra conseguiu impor-se economicamente sobre o Brasil e, com a renovação dos Tratados de 1810 em 1827, dificultou-se ainda mais qualquer tentativa de desenvolver indústrias no país.
Porém, em 1844, devido a própria estrutura de arrecadação do Estado brasileiro, as indústrias foram incentivadas. Necessitando aumentar a arrecadação do Estado e sendo as taxas alfandegárias a principal fonte de arrecadação, o Ministro da Fazenda Manuel Alves Branco determinou um aumento das tarifas alfandegárias de mais de 3.000 artigos importados. As tarifas que giravam sempre em torno de 15%, passaram a  variar de 20% a 60%. Com o aumento do preço dos produtos importados, a Lei Alves Branco estimulou alguns empresários a investir no setor industrial.
Em 1850, um outro acontecimento teve papel decisivo no surgimento de indústrias no país: a aprovação da Lei Euzébio de Queiróz. Com a proibição do tráfico, que mobilizava um grande volume de recursos, muitos empresários começavam a aplicar suas rendas no setor industrial.
Nesse contexto ocorreu no país um considerável surto industrial, conhecido como Era Mauá. Seu maior expoente foi Irineu Evangelista de Souza, o  Barão de Mauá, que, numa sociedade que defendia apenas seus produtos agrícolas, ousou investir em atividades industriais e financeiras.
Mauá foi responsável por empreendimentos como a primeira ferrovia brasileira ligando o Rio de Janeiro a Petrópolis, a companhia de navegação a vapor do Rio Amazonas, o serviço de iluminação a gás do Rio de Janeiro, além do Banco Mauá, com filiais em Montevidéu e Londres.
No entanto Mauá faliu, em grande parte devido ao descaso das classes políticas, mais interessadas em defender as atividades agrícolas e facilmente influenciadas pelo capital estrangeiro, notadamente o inglês, que não tinha interesse em desenvolvimento industrial em áreas como o Brasil que, pela Divisão Internacional do Trabalho, introduzida, deveriam ser fornecedoras de produtos tropicais e matérias-primas, além de consumidoras de produtos industrializados.