segunda-feira, 16 de abril de 2018

Feudalismo


O Feudalismo tem início com as invasões germânicas (bárbaras), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente (Europa), que estava em decadência devido a uma grave crise econômica (falta de escravos, de prestígio e declínio militar). Com as invasões dos bárbaros, os grandes senhores romanos abandonaram as cidades para morar em suas propriedades rurais e criaram ali as vilas romanas, que deram origem aos feudos e ao sistema feudal na Idade Média. As características gerais do feudalismo são: poder descentralizado (nas mãos dos senhores feudais), economia baseada na propriedade da terra e na agricultura e utilização do trabalho dos servos.
A base do sistema feudal era a relação servil de produção, e os feudos foram organizados respeitando duas tradições: o comitatus e o colonatus. O comitatus  era de origem romana e unia senhores de terra pelos laços de vassalagem, quando prometiam fidelidade e honra uns aos outros. No colonatus, ou colonato, o proprietário das terras (os senhores feudais) concediam trabalho e proteção aos seus colonos, em troca de parte da produção desses colonos. Os senhores feudais tinham a posse legal da terra e representavam o poder absoluto, político, militar e jurídico nos feudos.
A sociedade feudal era estamental (dividida em camadas sociais fixas) e estática (sem mobilidade social), ou seja, a posição social dependia de seu berço de nascimento. Era formada pela camada daqueles que lutavam (Nobreza), a camada dos que rezavam (Clero) e a camada dos que trabalhavam (Servos e vilões). Os servos (camponeses) deviam obrigações aos senhores feudais e não tinham a liberdade de deixarem a terra onde nasceram, já os vilões, que também deviam as obrigações, podiam deixar o feudo quando desejassem. A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos servos e vilões. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. Os nobres e o clero, que participavam das camadas dominantes,.
No sistema feudal quem concedia terras era chamado suserano e quem as recebia era vassalo em relações baseadas em obrigações mútuas e juramentos de fidelidade entre os nobres. O vassalo podia ceder parte das terras recebidas para outro nobre menos poderoso que ele e passava a ser o suserano deste segundo vassalo, enquanto permaneciam como vassalo daquele primeiro suserano.
Os senhores feudais cobravam impostos e taxas em seus territórios. Os camponeses que viviam nestas terras se tornavam servos destes seus protetores. Os servos não eram vendidos, mas eram obrigados aa pagamento de taxas durante toda a sua vida. Não se tornavam proprietários das terras que cultivavam, pois elas eram emprestadas para que nelas trabalhassem. Eles pagavam taxas como a corveia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), a talha (entrega de metade da produção ao senhor feudal), a banalidade (imposto pago para utilização do moinho e forno do senhor feudal) entre outros. Essa servidão passava dos pais para os filhos, perpetuando essa relação de dependência e proteção por gerações.
A economia feudal era essencialmente agrária autossuficiente, com técnicas precárias, e baixíssima produtividade, apenas para a subsistência. Era dedicada ao consumo local e não ao comércio, pois não havia excedente de produção. As mercadorias eram trocadas por meio de escambo e não de moedas.
As terras férteis do feudo eram divididas em manso senhorial – domínio dos senhores feudais, o manso servil, terras arrendadas para a produção agrícola dos servos e o manso comum, terras para todos os moradores dos feudos. Era feita a rotação das culturas para prolongarem a vida útil das áreas agrícolas: em dois terços das terras faziam duas culturas diferentes e deixavam descansar o outro terço, revezando-os para aumentar o seu tempo útil.
No período do Feudalismo, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder espiritual, ela influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento na Idade Média. Também tinha grande poder econômico, pois possuía terras em grande quantidade. A Igreja era responsável pela educação das pessoas. A maior parte da população medieval era analfabeta sem acesso aos livros.
Por volta do século XII o feudalismo foi aos poucos se enfraquecendo. O desenvolvimento do comércio e das cidades ampliaram as fontes de renda. As relações de produção passaram a se basear no trabalho livre assalariado e houve o surgimento de novas camadas sociais, como a burguesia.
O processo de mudança do sistema feudal pelo sistema capitalista foi lento e gradual.  Segue abaixo algumas das principais causas que acarretaram na crise do sistema feudal.
Crescimento Demográfico: À medida que crescia a população, aumentava a necessidade de ampliar a área de produção e desenvolver novas técnicas agrícolas. O excedente de produção levou ao ressurgimento do comércio e de uma nova classe social interessada nele: a burguesia.
Revolução Burguesa: com o surgimento da burguesia, muitas pessoas fugiam dos feudos (êxodo rural) para as cidades em busca de melhores condições. O surgimento da moeda, o desenvolvimento das cidades medievais e da intensificação das atividades comerciais, foram essenciais para que o sistema feudal entrasse em declínio.
Peste Negra: a epidemia da peste negra (ou peste bubônica), matou milhões de pessoas a partir do século XIV, ou seja, cerca de um terço da população europeia. Assim, a diminuição da mão de obra caiu drasticamente, revelando um pouco da crise feudal que se iniciava.
As Cruzadas: o movimento das Cruzadas (entre os séculos XI e XIII), organizado pela Igreja, intensificou a comercialização de produtos com o Oriente a partir da abertura do mar mediterrâneo, aumentando as rotas comerciais.
Renascimento: o movimento artístico, filosófico e cultural permitiu a mudança de mentalidades na sociedade europeia, enfraquecendo o poder da Igreja, que até então determinava inteiramente o modo de vida dos cidadãos. O renascimento comercial também favoreceu as trocas comerciais, aumentando a economia e gerando o sistema capitalista.

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